quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

 É como se nada tivesse saído do lugar.

Nada mudou, Erick. 

Teu cheiro de adolescência, o jeito irreverente... 

Como pode alguém permanecer tão intocado mesmo depois de tanta merda? 

Não existe nada mais consistente do que a sua personalidade. 

Você é... único.

Isso me assusta.

Me apaixona.

Me assusta...

Você não precisa de ninguém. 

Lutar com seus próprios demônios deve te dar segurança suficiente pra saber que você não precisa de mais ninguém. 

Não importa.

Você não precisa de mim. Mas você tá aqui. 

Você tá aqui porque você não precisa de mim. 

Essa é a coisa mais romântica que nós dois já conseguimos criar juntos. 

Amor, sem necessidade. 

Só amor. Sem qualquer padrão, sem explicação. Sem regras.

Só amor. 

Pelo outro. Pela essência do outro. 

Eu definitivamente, te amo tanto... Amo a gente. 

Sem rima, igual a vida.

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

 Ainda me sinto só. Mesmo com todas as passagens de pessoas pela minha vida. 

Ainda não encontrei um lar. Não falo de uma casa, ou uma pessoa. Eu simplesmente não sei do que falo. 

Sigo me sentindo cada vez mais longe de me sentir em casa, comigo mesma. Não me conheço totalmente e não sei se deveria. 
As vezes o silêncio me assusta. Nunca ter ninguém pra falar, pra ouvir. As vezes a sensação de irrealidade bate muito forte, como se eu fosse uma hospedeira no meu próprio corpo. Como se eu enxergasse tudo através de uma espécie de casulo. Um forte. 
Ele me mantém intacta, sem nenhum tipo de contato real físico ou afetivo. Parece tudo uma grande projeção. Me sinto num sonho, um tipo de matrix de onde as coisas não estão de fato acontecendo, por mais que pareça. Eu tento de tudo, eu tento ter sensações com o corpo que eu tenho. Eu uso substancias que aguçam sentidos, eu me envolvo sexualmente de quase todas as formas que conheço. Eu juro que eu tento sentir... Mas no final, tudo volta a ser nada. Eu não sinto nada.

Esse texto não tem um final. 


terça-feira, 20 de setembro de 2022

Energizar

Entorpecida pelo uso excessivo de café 
Mais ml's do que meu estômago consegue digerir 
Não me sinto mais agitada, elétrica ou motivada. 
Me entorpeço pela necessidade de viver 
Estar viva 
Me consome muita energia. 

Cada pedaço de mim pede calma 
Cheiro de folha de laranjeira, tentar o novo 
não precisa fazer sentido 
Precisa ser sentido. 

Muito tempo sem ouvir o mar 
sem pisar na areia 
Desenergizar, e energizar 
Fazer parte do todo, me sentir parte, porque sou. 

Sentir o sol na pele, com roupas leves balançando com o vento 
Paz 
Imensidão 
Temos tudo dentro e fora de nós 
E escrever me lembra quem eu sou. 

Eu sou doce. 
O mundo pode ser doce 
E cruel 
Esse é o ponto.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

As cores lá fora

Eu acordei me perguntando das cores. Eu nunca mais vi as cores do mesmo jeito. É como se eu tivesse acordado pela primeira vez depois de longos meses dormindo, como se eu tivesse perdido muita coisa. Os poetas que nunca mais apareceram aqui, os sons dos músicos de rua, a coragem e desprendimento contagiante de todos os artistas que eu costumava ver nas ruas.... Onde eles se meteram? E onde estão todas as coisas que eu gostava de fazer? As que me relaxavam, que me empolgavam, que me elevavam... O que eu fiz com tudo isso? Eu nunca mais vi as cores do mesmo jeito. Eu nunca mais me vi.




quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Esse pode ser o nosso último dia


            Ele poderia ter sido muitas coisas, mas dadas as opções, ele se tornou o melhor amigo que eu já tive e acredito que o melhor que terei, para sempre.
            Não sei se acredito em “amor da vida”, não temos quase nunca, apenas um amor na vida... E acho que resumir apenas um ao maior ou qualifica-lo como melhor é deslegitimar todos os outros, que tiveram raras as exceções, sua importância. Mas posso afirmar com franqueza que jamais alguém me fez tão feliz, me deu plenitude naquilo que nem ao menos conseguimos entender com precisão, o amor, como ele. Já dizia Vinícius de Moraes, que “todo grande amor só é bem grande se for triste” e assim como você me trouxe para um mundo completo, pleno e cinematográfico, me levou também ao mais fundo de mim. 
            Já mudei muitas vezes a minha definição particular de amor, mas hoje com minha vasta experiência (apesar da pouca idade) creio em um amor que não exerce a função de amar, não veio a isso... Creio em um amor que tem como função nos levar ao mais puro de nós mesmos, à nossa essência, a um mundo que só ele pode nos levar, e assim nos fazer de uma forma bem particular de acordo com os indivíduos envolvidos, enxergar a vida.